O curso de química, e posteriormente o Instituto de Química, surgiu dos Institutos Isolados de Ensino Superior na segunda metade do século XX. O país estava passando por um período de mudanças socioeconômicas e por um acelerado crescimento, com investimentos na produção de matérias-primas para a metalurgia e construção civil. A formação superior e a qualificação profissional eram necessárias para atender a diversificação no setor industrial e terciário. Outro fator importante para a criação de cursos de nível Superior era a fixação dos jovens no interior do estado, uma vez que esses cursos só existiam nos grandes centros. Pensando no nível educacional que seria ministrado nessas instituições, a partir de 1957 foram criadas as faculdades denominadas Institutos Isolados de Ensino Superior.

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

 

 

 

               A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara (FFCLA) foi criada em 16 de abril de 1957, com autonomia didática e administrativa. O primeiro diretor da faculdade foi o Prof. Dr. Paulo Guimarães da Fonseca, oriundo da escola politécnica da USP que veio a Araraquara com o objetivo de criar uma faculdade de química, ideia cogitada desde a criação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas. O decreto 48.906 de 27 de agosto de 1960 do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira autorizou o funcionamento do curso de química da FFCLA. As aulas do curso de química foram ministradas de 1961 a 1964 na atual Casa da Cultura de Araraquara, onde funcionava a antiga FFCLA.

        No início, a infraestrutura não permitia todas as atividades para um curso que exigia tantas práticas laboratoriais. A grade era composta por disciplinas como Química Geral, Química Analítica, Química Orgânica e Bioquímica, Físico-Química, Matemática, Física, Geologia, Mineralogia, Biologia, Psicologia, Didática, Prática de Ensino, Monografia e Optativas, computando um total de 4290 horas.

              Em 1963, o curso de química foi reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação e, em 1964, todas as aulas de química foram transferidas para o prédio do departamento de química, no bairro Quitandinha, onde foi possível expandir e melhorar as instalações e condições operacionais.

​

​

​

​

​

​

​

​

​

                 O pioneirismo na criação de um curso de química no interior do estado de São Paulo teve como umas das consequências a dificuldade de compor o corpo docente, pois os profissionais se concentravam no eixo São Paulo-Rio e não estavam dispostos a vir para o interior. Porém, mesmo sobre fortes críticas ao deixar os grandes centros urbanos e determinados a enfrentar o interior do estado, os professores Paulo Guimarães da Fonseca, Waldemar Saffioti, Cirano Rocha Leite, Jean Pierre Gastmans, dentre outros aceitaram o desafio e tiveram não só que lidar com as atividades docentes, mas também com várias adversidades como a falta de laboratórios adequados e até mesmo de biblioteca.

               Estruturaram um curso voltado para suprir a demanda de professores secundários no interior do Estado de São Paulo e também para o desenvolvimento científico. Posteriormente, passaram a ser formados profissionais para a indústria em uma região eminentemente agrícola, sendo um desafio aceito por algumas pessoas. Com o decorrer dos anos, os próprios alunos do instituto começaram a integrar o corpo docente.

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

​

       

 

           O curso de química de Araraquara foi pioneiro na iniciação científica de estudantes da graduação, contribuindo para impulsionar as áreas de pesquisa que se desenvolveram e embasaram o curso de Pós-Graduação.

               Assim como a criação dos Institutos de Ensino Superior, a criação da UNESP foi precedida de críticas e contestações por partes dos Institutos Isolados de Ensino Superior. Dentre os vários modelos de instituições estudados, optou-se por uma reunião dos Institutos Isolados em uma universidade multicampi, em vista de não haver nenhuma instituição com essa característica no país. Em 30 de janeiro de 1976, foi aprovada a lei que criou a UNESP denominada Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” em homenagem ao jornalista e teórico da educação. A sede da Universidade foi estabelecida em Ilha Solteira e compreendia 21 unidades universitárias em 13 cidades do interior do estado e na capital com o objetivo de suprir os alunos do ensino médio.

               Sob a coordenação do Prof. Dr. Cirano Rocha Leite, diretor do Instituto à época, foi elaborado um plano de gestão, denominado IQ 78 que previa a implantação do Laboratório de Química Tecnológica, expansão da pós-graduação em pelo menos uma área, implantação e estímulo de projetos que podiam acarretar benefícios para a indústria e criação de condições para a implantação do curso de Engenharia Química.

        Em 1978, foi aprovado o pré-credenciamento do Curso de Pós-Graduação em química e as primeiras dissertações em química foram apresentadas em 1981.  Em 1991, foi implementada a opção Licenciatura em Química, no período noturno, inicialmente com 10 vagas, aumentando para 20 vagas, até chegar no que é hoje (30). A opção tecnológica voltou a ser oferecida em 1992. Em 1994, foi autorizado o funcionamento do curso de biotecnologia em níveis de pós-doutorado e mestrado.

           As atividades de extensão universitária ganharam impulso. Foram criados o PET, o Grupo Alquimia, o Centro de Ciências de Araraquara e o CUCA ampliando assim a inserção do Instituto de Química junto à comunidade de Araraquara e região. Os indicadores apontam um crescimento quantitativo da Instituição e qualitativamente avaliações por órgãos oficiais e outros vem atestando a crescente qualidade nos cursos oferecidos pelo instituto.

​

​

​

​

​

​

​

            

                Em 2012, foi aprovada a criação do curso de engenharia química e em 2013, este curso recebeu a sua primeira turma. Devido ao aumento do corpo discente e à necessidade de mais laboratórios, em 2017 foi inaugurado um prédio do IQ na Faculdade de Ciência e Letras de Araraquara (FCLAr) destinado às aulas do curso de Engenharia Química e laboratórios vinculados a área tecnológica.

​

​

​

​